Entrevista a artista plástica
JULIANA BRANDÃO

Ao visitar a nova flagship da BO.BÔ, na Oscar Freire, é impossível não notar os painéis pintados à mão por Juliana Brandão - artista plástica autodidata que encontro na pintura a sua grande paixão e profissão.

A seguir, um papo inspirador com Juliana que aborda arte, estilo e carreira.

BB. Como você começou a trabalhar como artista?

JB. “O trabalho como artista plástica aconteceu de maneira não muito programada. Amo desenhar e pintar desde pequena. Me formei em Administração e Ciências Biológicas e fiz pós-graduação em Negócios em Biotecnologia fora do país, mas sempre que havia uma brecha ia até uma loja de artes. De volta ao Brasil, comecei a pintar alguns murais para ganhar meu dinheirinho enquanto sondava o mercado de trabalho. A coisa foi ficando divertida e acabei mergulhando de cabeça. Hoje, amo de paixão o que faço. Fiz alguns cursos rápidos pontuais de técnicas que me interessavam, mas posso dizer que sou autodidata na maior parte das minhas técnicas.”

BB. Qual é o seu museu ou galeria favorito(a) no mundo?

JB. “São inúmeros que me emocionam, mas tenho uma paixão especial cada vez que caminho pelas galerias do museu do Vaticano.”

BB. De qual trabalho você mais se orgulha?

JB. “Guardo com muito carinho um trabalho que fiz na ala pediátrica de urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Tive uma liberdade deliciosa para criar, e o retorno das enfermeiras e relatos sobre a interação das crianças com os ambientes lúdicos criados para eles foram muito emocionantes e marcantes para mim."

BB. Qual é a maior curiosidade que as pessoas têm sobre o universo das artes?

JB. “Acho que é: como um artista consegue transpor uma imagem, seja para pintura, desenho, escultura etc., do plano da ideia para o plano concreto. E de onde vêm as inspirações para criar cada obra."

BB. Onde você busca inspiração?

JB. “Busco dentro de meu acervo de técnicas entregar composições que resultem em sinceros sorrisos de satisfação por parte das pessoas que confiaram seus ambientes à minha arte. Como meu trabalho é, em sua maior parte, figurativos, busco em imagens da natureza as referências para montar minhas composições. Vejo a linha de arte que resolvi seguir como muito divertida e desafiadora."

BB. Que conselho você daria a um/uma artista que está começando?

JB. “Acho muito importante abrir-se para o maior número de estilos e técnicas possíveis, por mais que alguma delas pareça desinteressante naquele momento. Essa pluralidade de conhecimento nos enriquece e nos mune demais, para assim podermos nos expressar."

ESTILO

BB. A campanha de Preview S/S 24 da BO.BÔ uniu moda e arte ao ser fotografada no seu ateliê. O que você acha quando esses dois mundos - da arte e da moda - se encontram?

JB. “Acho que eles se enriquecem mutuamente. Na verdade, acho que nem sei se chamaria de dois mundos, mas elementos de um mesmo mundo que, quando juntos, mostram a beleza, a força, e o encantamento que traz a expressão criativa do ser humano. Sou uma grande admiradora das mais diversas formas de arte, e as enxergo de muitas maneiras. Talvez seja uma lente otimista ou romântica demais, mas gosto de ver a vida assim.”

BB. Qual a roupa que você mais ama - e por quê?

JB. “A roupa que me veste de maneira confortável, elegante e discreta.”

BB. E qual é a peça que pula em você quando você abre o guarda-roupas?

JB. “Meu jaleco de pintura.” (Risos)

BB. Seu estilo em três palavras.

JB. “Clean, criativo e discreto.”