Entrevista
MARTHA LEONARDIS

Martha Leonardis com total look BO.BÔ

Martha Leonardis é referência quando o assunto é networking estratégico! Em entrevista exclusiva à BO.BÔ, ela compartilha sua visão sobre como construir conexões autênticas, usar a moda como ferramenta de posicionamento e muito mais.

BB. Que importância um bom networking teve para a construção da sua carreira?

ML. “Networking sempre foi uma das colunas centrais da minha trajetória profissional. Desde o início da minha carreira, percebi que as conexões que construí com integridade, generosidade e autenticidade abriram portas que o currículo sozinho jamais abriria. Cada grande projeto que liderei, cada oportunidade internacional e até os momentos mais desafiadores foram atravessados com o apoio e a força das minhas redes. Para mim, networking nunca foi sobre quantidade, mas sobre qualidade: cultivar relações de confiança, onde há troca real de valor e crescimento mútuo. Foi por meio dessas conexões que transformei ideias em negócios e encontrei parceiros estratégicos para construir o que é hoje a NewCo.”

BB. O que é preciso para cultivar bons relacionamentos?

ML. “Cultivar bons relacionamentos exige presença, intenção e constância. Acredito muito no poder da escuta ativa — ouvir genuinamente, sem pressa, buscando entender e não apenas responder. Também é essencial entregar valor antes de esperar algo em troca. Isso pode ser uma ideia, uma conexão, um apoio sincero. Outro ponto importante é o cuidado com os pequenos gestos: lembrar um aniversário, mandar uma mensagem após uma reunião, agradecer com autenticidade. São atitudes simples que mostram que você se importa. No fundo, relacionamentos de verdade se constroem com respeito, confiança e generosidade. E como em qualquer jardim, é preciso regar sempre.”

BB. O que é mais difícil: fazer um novo relacionamento ou mantê-lo?

ML. “Fazer um novo relacionamento pode parecer desafiador, especialmente para quem é mais reservado, mas na minha experiência, o verdadeiro desafio está em manter o relacionamento ao longo do tempo. Construir confiança exige consistência. Manter-se presente, mesmo quando não há interesses imediatos envolvidos, é o que diferencia conexões superficiais de relações sólidas.”

BB. Qual é a maior dificuldade que as pessoas têm em se relacionar?

ML.“Acredito que a maior dificuldade está na escuta. Muitos se aproximam já pensando no que vão dizer, em vez de ouvir de forma genuína. Relacionar-se bem exige empatia, abertura e disposição para compreender o outro sem julgamentos.”

BB. A quais características pessoais e profissionais você atribui o seu sucesso?

ML. “Disciplina, intuição e coragem. Sempre fui muito determinada — quando me proponho a algo, coloco energia total. Tenho também uma escuta sensível e estratégica, que me ajuda a entender contextos e pessoas com profundidade. E profissionalmente, sou movida a desafios. Não me intimido com o desconhecido, porque sei que grandes oportunidades estão justamente aí.”

BB. Se lembra de algum conselho importante que recebeu?

ML. “Sim, um mentor me disse uma vez: ‘Nunca entre em uma sala para impressionar. Entre para contribuir.’ Esse conselho moldou a minha forma de estar nos lugares e de construir conexões. Quando você se foca em gerar valor, o reconhecimento vem como consequência.”

BB. Quais são seus projetos ainda não-realizados? Aqueles que você quer muito concretizar, mas o momento ainda não chegou.

ML. “Tenho o desejo de criar um programa internacional de aceleração de lideranças femininas, conectando mulheres da América Latina, Oriente Médio e Europa. Quero criar pontes que unam cultura, negócios e impacto social. Ainda não é o momento certo, mas esse projeto está vivo em mim.”

BB. O que não se deve fazer em uma reunião de negócios?

ML. “Jamais subestime o outro. E nunca vá despreparado. O respeito começa pela escuta atenta e pela capacidade de trazer algo relevante para a mesa. Também não se deve falar mais do que ouvir — reuniões são espaços de troca, não de monólogos.”

BB. Cite um ou mais momentos divisores de água em sua carreira.

ML. “Um deles foi a fundação da NewCo. Ali eu assumi, de forma clara, o papel de liderança com propósito. Outro momento marcante foi quando comecei a moderar conversas com grandes líderes internacionais — percebi o poder da escuta estratégica e como um bom networking pode transformar contextos empresariais e sociais.”

BB. O que as pessoas não imaginam sobre você? Ou o que vocês gostariam que soubessem.

ML. “Talvez não saibam que sou extremamente sensível. A intuição sempre foi minha aliada, tanto quanto a razão. E quero que as pessoas saibam que, apesar da imagem de força e objetividade, cada escolha minha tem um profundo senso de propósito por trás. Liderar, para mim, é servir.”

"Construir confiança exige consistência. Manter-se presente, mesmo quando não há interesses imediatos envolvidos, é o que diferencia conexões superficiais de relações sólidas.”

Martha com alfaiataria BO.BÔ

LIFESTYLE

A especialista no evento A Arte de Se Relacionar com look BO.BÔ

BB. Quem você gostaria de receber no seu podcast?

ML. “Christine Lagarde.”

BB. Quem convidaria para jantar?

ML. “Michelle Obama.”

BB. O que você faz para se desligar do trabalho?

ML. “Exercício e leitura.”

BB. Uma viagem inesquecível.

ML. “Japão é extraordinário.”

BB. Uma série imperdível sobre gestão/liderança.

ML. “The Playbook.”

ESTILO

BB. Qual é a peça que você mais ama – e por quê?

ML. “Blazer de alfaiataria. Une força, sofisticação e praticidade.”

BB. Descreva um look perfeito para um dia de trabalho.

ML. “Alfaiataria neutra, sapatos lindíssimos e não dispenso um salto e acessórios.”

BB. O que você jamais usaria em ambiente de trabalho?

ML. “Roupas que comprometam minha credibilidade ou profissionalismo.”

BB. Qual é o papel da moda em uma carreira de sucesso?

ML. “Comunicar identidade com intenção e presença.”